Somos todos irmãos. Esta conversa é norma entre os católicos. Quando nos dizem que somos todos irmãos pretendem sugerir a possibilidade de sermos todos amigos uns dos outros? Basta ler uma mão-cheia de páginas do Antigo Testamento para darmos de caras com a história miserável de Caim e Abel. E não precisamos de nos esforçar por aí além para encontrarmos situações em que irmãos mentem uns aos outros, situações em que se agridem, se abandonam, se ignoram, se roubam, todo o catálogo de tramóia e vigarice aberto e exposto aos nossos olhos.
Somos todos irmãos. Conversa vazia e carente de significado. Veja-se Gaza, olhe-se para Israel, pense-se no liberalismo económico ou na exploração de recursos naturais. Somos todos irmãos mas uns de nós são mais irmãos que os outros? Deve ser isso. A coisa, vista assim, começa a fazer algum sentido.
"Somos todos irmãos" é uma frase feita que se completa com outra que também não precisamos de inventar: "uns são filhos e outros são enteados". Está quase tudo dito.
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