E é assim mesmo! Olhamos para os outros esperando ver-nos a nós próprios, imaginamos o mundo comparando-o com a nossa casa. Como nada se ajusta ficamos desgostosos e decepcionados. O mundo é uma merda e quanto mais conheço as pessoas mais gosto do meu cão, cenas desse calibre. É pra rir.
Não é pêra doce aguentar o barco, suportar tanta contrariedade. Para o fazer precisamos de nos equipar com instrumentos adequados: religião, psicanálise, ideologia, arte, tudo serve para tentarmos aguentar a barcaça à tona de água, tudo ajuda a cavalgar as ondas embora o risco de naufrágio esteja sempre ali, logo após a linha do horizonte.
A vantagem das analogias marítimas é que o horizonte vai sempre à nossa frente, é uma linha que se afasta. Está próximo, está longe? De cada vez que para ele dirigimos o destino do barco que somos só o vemos a escapulir-se uma e outra vez até se transformar numa linha de costa. E depois atracamos e é assim mesmo.
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