Chove inesperadamente. O calor mantém-se, tal como os calções, as camisas de mangas cavadas, sandálias e chinelos, a parafernália habitual dos dias em que a canícula nos morde e abocanha do nascer ao pôr-do-sol e mesmo durante a noite. Só que, esta manhã, surgiu uma chuva fresca e miudinha, batida a vento que nos atinge como se Deus fosse um acupunctor nervoso e indeciso, tentando picar-nos o corpo na totalidade, por via das dúvidas.
Não sei se por causa da chuva, sinto-me enfastiado. Pensando um bocadinho, por que razão a chuva haveria de me enfastiar? É um pensamento um bocado estúpido. Fico a matutar na coisa.
Será que tenho pensamentos estúpidos a toda a hora ou, pelo menos, tenho-os com frequência e não me apercebo de tanta estupidez apenas porque não reparo? Se parar para pensar a cada passo descobrirei uma quantidade de pensamentos estúpidos e imbecis muito para lá do que imaginaria aceitável? Ai Jesus!
O melhor será parar de pensar. Pausa.
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