Tantas palavras, tantas palavras... tentar explicar aquilo que nos vai na alma exige um esforço tremendo, exige tantas palavras...
E se aquilo que pensamos pudesse ser passado para o Outro sem necessidade da escrita ou da fala? Se pensássemos directamente no espírito interlocutor haveria muito menos perda de informação no processo de diálogo. Mas, funcionaria?
É frequente, quando me cruzo com outras pessoas na rua, imaginar como seria estar dentro do corpo que as leva. Que imagens produzem aqueles olhos no seu cérebro, que pensamentos dançam dentro daquela pessoa iluminada pelo mesmo sol que aquece a minha pele? Escreveu Saramago que "o mundo de cada um é os olhos que tem", formulação de feliz eficácia que explica um pouco este problema que me assalta com tanta frequência.
Pensar dentro de cabeça alheia seria decerto interessante mas, acredito, seria muito confuso, porventura assustador.
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