É como se o Lobo Mau estivesse a encher um balão. Ele a soprar, a soprar, a soprar, o balão a inchar, a inchar, a inchar e nós, incautos cidadãos do mundo, olhamos aquele balão já de um tamanho impossível de imaginar sem antevermos a inevitabilidade do seu rebentamento. Quando isso acontecer, quando o enormérrimo balão estoirar num estrondo capaz de provocar ventos cósmicos, o susto vai ser de tal modo que todos os seres humanos nos borraremos em simultâneo no mundo todo, provocando um tsunami de merda que cobrirá o planeta de uma vez por todas; assim se cumprindo o destino que a Humanidade tem vindo a criar para si própria.
Somos como os Três Porquinhos. As personalidades das rechonchudas personagens ilustram bem aquilo que somos enquanto espécie: confiantes, preguiçosos, despreocupados mas também atentos, inventivos, diligentes, solidários e implacáveis. Há de tudo, como na farmácia, é a maravilhosa diversidade do Ser Humano. Além dos traços psicológicos, os Porquinhos ilustram também, com uma fidelidade comovente, as características físicas daquilo que somos enquanto gente. A semelhança entre um coração de porco e o de uma pessoa é tão grande que só posso imaginar que as almas das duas espécies sejam igualmente aproximadas.
Tenho para mim que nunca se deveria ter abandonado o recurso à fábula, por brutal que fosse, enquanto ferramenta educativa. Com moral da história e tudo.
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