Como aceitar a insignificância da vida que vivemos? Mesmo os maiores de entre os grandes, aqueles que têm carros de luxo e fotos nos jornais e milhões de seguidores no Instagram e vidas assombrosas, mesmo esses, cagam e mijam como nós e, no fim, morrem como todos. Poderemos alguma vez aceitar que a nossa vida vale tanto como a de um caracol?
A Filosofia e a Religião, a Arte e, até, a Economia, tentam provar que a nossa vida é mais valiosa que a de um pardal ou a de uma suricata. E conseguem fazê-lo, provam que a vida humana é algo excepcional, uma coisa maravilhosa que só pode ter saído da imaginação insondável de Deus. Podemos almoçar sem remorso.
Quando se trata de decidir sobre o usufruto do planeta somos juízes em causa própria e deliberamos sempre a nosso favor. A consequência deste sistema legal de ocupação da Terra é que a nossa espécie prolifera como uma doença incurável, carraças alapadas à crosta terrestre.
Começam a surgir vozes dissonantes, discursos ecologistas vão irrompendo aqui e ali mas, sejamos honestos, alguém lhes dá ouvidos?
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