Andamos para aqui a derramar lágrimas de crocodilo nas águas do Nosso Mar, o Mediterrâneo. Choramos a morte de emigrantes que vêm fugidos da morte e, só quando morrem, se apercebem que a morte é certa e que, nas águas do Nosso Mar, é uma fatalidade.
De que fogem estas pessoas? Que sonhos trazem incrustados no imaginário? Para onde pensam que vêm? 3 perguntas com uma resposta e duas incógnitas.
Do que fogem estes migrantes (como agora são designados) toda a gente sabe mais ou menos, basta conhecer o seu ponto de origem. Uns fogem da guerra, outros da fome, outros da miséria, fogem da repressão ou de inimigos ancestrais. Fogem em direcção ao Mediterrâneo, África ou Próximo Oriente para trás das costas, Europa na ponta do nariz.
O que me intriga é o que imaginam eles que irão encontrar caso consigam alcançar as costas europeias?
O que me intriga é que lugar imaginam os migrantes que é a Europa? Qual o seu aspecto? Como imaginam eles os europeus?
Seja como for aí estão! Fogem das guerras e vêm cair nas mãos dos que lhes vendem as armas para se matarem uns aos outros... a poesia deste mundo continua a escapar-me.
2 comentários:
A sua conclusão, Rui, abalou-me de tão verdadeira ser :
" Fogem das guerras e vêm cair nas mãos dos que lhes vendem as armas para se matarem uns aos outros... a poesia deste mundo continua a escapar-me."
No Jornal da Noite da TVI assisti a uma entrevista a um jovem de 17 anos que vindo lá dos orientes por meios que não especificou ( admito ter sido a pé ), esteve em dois países vários e longos meses sempre tendo em vista Lampedusa.
Teve que pagar mil e muitos US$ para embarcar numa embarcação da morte !
Diz que é cristão e aparentemente está feliz.
Não sei do que vive ou sobrevive.
Até quando ?
Não vi essa entrevista, nem vi a face desse jovem mas pessoas com histórias de vida assim comovem-me. Mas no fim de contas
só fica a dor.
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