Raiva! Hoje tem sido um dia daqueles... penso que tenham sido as nuvens que me puseram assim. Tão cinzentas, escuras e pesadas, têm estado as nuvens todo o dia. A darem a impressão que o céu é um tecto e a cidade uma barraquita miserável que mal nos consegue proteger do mundo.
Raiva! Não sendo o céu a provocar em mim este sentimento tão pouco católico talvez tenham sido as pessoas. Hoje vi tanta gente que me pareceu excessiva, boçal, bruta e indiferente à boçalidade e à brutalidade. Posso ter sido eu (excessivo, bruto e boçal na minha observação) mas será impossível ter a certeza.
Seja como for: raiva! É um aperto no coração que mo leva para junto das tripas, um formigueiro na ponta dos dedos, uma leve náusea que me agita como uma brisa agita os juncos na beira do rio.
Suspiro. Raiva!
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