terça-feira, abril 07, 2015

Eternidade

O calendário tem uma série de datas festivas, a cada dia corresponde sempre qualquer coisa mais ou menos transcendente. Hoje comemora-se a invenção do chouriço, amanhã a descoberta das Ilhas Mijonas, a seguir o nascimento do borrego papalvo. A coisa não pára.

A Páscoa é uma daquelas festas que me levam sempre a viajar para Norte, em direcção ao lugar onde nasci. Uma vez lá chegado há uma série de tarefas a cumprir, rituais a observar. Ano após ano a coisa repete-se. Repete!?

As pessoas estão todas um ano mais velhas, a santa no altar também mas, no caso dela (por ser santa?) não se nota tanto como nos seres de carne e osso. Nos últimos anos o padre que faz a visita é sempre diferente. Pode ser novo ou velho, não há uma lógica aparente na dança do padre que vem benzer a casa.

As coisas mudam todos os anos com a finalidade de se manterem sempre iguais. E funciona quase na perfeição. Imagino que seja assim que se constrói a eternidade ou lá como se chama essa merda.

4 comentários:

Ana Bailune disse...

Final esplendoroso... rsrsrs...

Silvares disse...

:-)

Li Ferreira Nhan disse...

Eita leitura boa Rui.
muito boa leitura que vc faz dos fatos
e a leitura que fazemos da tua leitura.

Tomara que essa merda toda de eternidade seja por aqui. Essa coisa de além, céu, paraíso é tão enfadonho. Prefiro a vida eterna aqui mesmo. É que com essa merda já estou acostumada.

Um tempão que não venho por aqui, sou de fato uma tonta!

Silvares disse...

Grato pela visita. Fico contente que tenha gostado.
:-D