Há uma estranha sensação a pairar no espaço livre entre o meu crânio e o seu cérebro. É assim como uma pequena mão, mas feita de papel, que não percebo se me afaga se me arranha o juízo. Não chega a ser áspera mas está longe de ser macia. Muito longe de ser macia.
Há uma névoa incómoda que me impede de ver com clareza os contornos dos pensamentos que vou debitando. Como se pensar fosse algo como fazer "enter" numa caixa registadora: mais um pensamento, mais riqueza, mais valor acrescentado, tlim, tlim. Feito e registado. Próximo cliente!
Há mil e uma pequenas coisas incómodas das quais não convém falar em voz alta para não aborrecer quem incomoda pois convém não incomodar ninguém. Posso bem suportar eu essa pequena cruz. Como um pequeno Cristo. Fraquíssimo imitador de coisa nenhuma.
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