quarta-feira, outubro 29, 2025

Futurismo

     A sensação instalou-se e nada poderá desalojá-la: o destino da humanidade é mais curto do que se poderia imaginar há apenas duas ou três décadas atrás. Talvez a coisa não seja assim tão radical, haja esperança. Talvez fiquem por aí uns quantos, para semente. Talvez restem pequenas comunidades de seres humanos capazes de resistir e repovoar o que restar de território habitável. Talvez haja esperança para a existência de Deus.

    Parece-me indiscutível que as divindades, tal como acontece com as fadas, dependem daqueles que nelas acreditam para que possam existir. O que será de Jeová sem as Suas criaturas, os Seus altares, as Suas testemunhas? 

    Assim, esta correria vertiginosa da nossa espécie em direcção ao abismo civilizacional parece-me uma espécie de suicídio divino. Talvez as tribos amazónicas que não sabem o que é o aquecimento global ou o continente de plástico, que desconhecem Jeová, Alá e outros aleijões do género, que nunca viram um gajo como eu ou como tu, pacientíssimo leitor, talvez essas tribos venham a reinar no planeta tendo como adversários o crocodilo e a pantera, verdadeiras divindades da floresta.

    Talvez a Bomba nunca chegue a ser lançada.

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