Não tenho bem a certeza se gostaria de ser recordado lá mais para a frente, quando já cá não estiver. Convenhamos que se trata de um falso problema ou, pelo menos, de uma falsa questão; que incómodo me poderá causar o que alguém possa pensar de mim depois de estar morto e enterrado? Talvez por isso, não me tira o sono imaginar a forma como preferiria ser recordado.
Quando era jovem ambicionava um lugar na História (ah, a vaidade humana!), imaginava a Humanidade como coisa eterna. Agora que se me embutiu no espírito a certeza de que a humanidade é, afinal, coisa breve, um piscar de olhos de algum deus distraído, nem essa ambição merdosa me atormenta. É um pouco como a fábula da raposa e das uvas.
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