quarta-feira, novembro 09, 2022

Como uma barata (tonta)

     Ai as alterações climáticas, valha-me Nossa Senhora! E a guerra? Benza-me Deus!!! Os aumentos de preços dos combustíveis, das rendas de casa, do chá, do café, da laranjada, dos livros (ai, o preço dos livros...), da inflacção, dos juros da dívida, o aumento da ansiedade generalizada, a deterioração da saúde mental dos jovens (como se os adultos fossem impunes à loucura); estamos fodidos? Um gajo quer  perguntar mas não sabe bem a quem dirigir a questão. Alguém que me ouça? Alguém que me responda?

    Acordar e regressar ao mundo dos vivos é todo um processo de aceitação. Enquanto o mundo circundante não ganha consistência absoluta, o cidadão comum pode imaginar que vive num lugar justo e equilibrado. É como viver a infância toda nos primeiros 10 minutos de cada novo dia. Passada a magia do despertar eis-nos de regresso a este "awful place", como na canção dos Clash. A angústia é normalmente pouco, ou mesmo nada, dispendiosa e encontra-se em qualquer recanto do planeta.

    Viver cada dia como se o objectivo fosse mais ser feliz do que apenas chegar ao outro lado do fim da tarde. Caso contrário corremos o risco de nos tornarmos baratas, baratas daquelas que são tontas.

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