Cada povo tem o bandido que merece e cada bandido encontra o lugar que lhe compete no meio do povo a que pertence. Alguns bandidos acabam por ser amados outros impõem-se pelo temor que inspiram. Há mesmo aqueles que nunca chegam a ser identificados como tal; são os maiores de todos os bandidos.
Quando um bandido se torna demasiado mau e se transforma em monstro é hora de deitar as mãos à cabeça. Muitos bandidos são tolerados, apaparicados, levados em ombros pelo povo que finge não perceber a profundidade das burlas, dos logros e dos pequenos roubos com que o bandido vai marcando o seu percurso social.
Bem vestidos, bem lavados e perfumados, penteadinhos como se estivessem constantemente à porta de casa da tia, prontos para o chá das cinco antes de irem tratar de uns assuntos muito importantes, os bandidos podem ser ou não ser muito perigosos. É como no Hamlet.
O problema é conseguirmos perceber o que é que define um bandido, onde é traçada e quem traça a fronteira da bandidice? Entre nós, cá em Portugal, não nos temos preocupado muito com esta questão e acarinhamos indefinidamente os nossos bandidos e, até, mesmo alguns grandes filhos da puta. É como se eles fossem aquilo que gostaríamos de ser mas que não temos coragem para assumir a não ser defronte ao espelho.
Seremos um povo de bandidos? Talvez sejamos e talvez isso seja motivo de esperança.
Cada povo de bandidos tem o herói que merece e cada herói encontra o lugar que lhe compete no meio do povo a que pertence? Continuamos à espera de Dom Sebastião que, caso regresse na tal manhã de nevoeiro, será já pouco mais que um zombie.
Quando um bandido se torna demasiado mau e se transforma em monstro é hora de deitar as mãos à cabeça. Muitos bandidos são tolerados, apaparicados, levados em ombros pelo povo que finge não perceber a profundidade das burlas, dos logros e dos pequenos roubos com que o bandido vai marcando o seu percurso social.
Bem vestidos, bem lavados e perfumados, penteadinhos como se estivessem constantemente à porta de casa da tia, prontos para o chá das cinco antes de irem tratar de uns assuntos muito importantes, os bandidos podem ser ou não ser muito perigosos. É como no Hamlet.
O problema é conseguirmos perceber o que é que define um bandido, onde é traçada e quem traça a fronteira da bandidice? Entre nós, cá em Portugal, não nos temos preocupado muito com esta questão e acarinhamos indefinidamente os nossos bandidos e, até, mesmo alguns grandes filhos da puta. É como se eles fossem aquilo que gostaríamos de ser mas que não temos coragem para assumir a não ser defronte ao espelho.
Seremos um povo de bandidos? Talvez sejamos e talvez isso seja motivo de esperança.
Cada povo de bandidos tem o herói que merece e cada herói encontra o lugar que lhe compete no meio do povo a que pertence? Continuamos à espera de Dom Sebastião que, caso regresse na tal manhã de nevoeiro, será já pouco mais que um zombie.
2 comentários:
Apreciei muito o texto, Rui !
Um abraço.
Fico contente com as suas palavras.
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