domingo, março 29, 2015

Je suis Frankenstein

Não sei me comovem os esforços (tantas vezes patéticos) daqueles que pretendem desvendar grandiosas intenções pré-determinadas quando olham, observam e veneram a obra de algum artista, objecto da sua devoção.

Quem se dedica ao acto criativo sabe bem que a sua criatura é algo independente. Somos todos Frankenstein, o criador alucinado, o visionário deslumbrado que gerou um monstro; magnífica metáfora do mais negro e belo Romantismo!

Quem cria sabe bem que a criatura deseja sempre a liberdade (pelo menos até ser capaz de compreender o que significa Liberdade).

Quem cria deve ter grandeza de espírito suficiente para se aguentar à bronca com as consequências da sua criação.

1 comentário:

João Menéres disse...

Caro Rui

Logo pela manhã, li a sua CARTA AO DIRECTOR, no Público.
Estou consigo.

Boa Páscoa e um abraço.