A perfeição sempre foi uma miragem mas, agora, neste "tempo detergente", quando as redes sociais exigem das figuras públicas uma correspondência absoluta entre o seu comportamento e as expectativas de todo o "Zé da Esquina" e respectiva "Zeza dos Ovos", a perfeição entrou definitivamente na categoria alegórica de "unicórnio".
A proximidade é tanta que podemos ouvir as pessoas mais distantes a pensarem dentro da nossa cabeça. São tweets, são posts, são likes, são emojis, são mensagens de todas as formas e feitios a caírem constantemente nas redes que cobrem todo o planeta como imensas spider webs. Falta saber com exactidão quem é a spider de atalaia nas webs que frequentamos e ajudamos a tecer.
A coisa é muito complexa. Somos, em simultâneo, as aranhas que tecem a rede e as moscas incautas que nela vão ser aprisionadas e transformadas em recurso alimentar para suprir alguma fome futura. Nem sei se o que digo faz algum sentido, de tal modo ando confuso.
Voltando ao princípio: a perfeição moral e o comportamento impoluto passaram para a esfera do Divino; literalmente. Já nenhum de nós pode aspirar à admiração geral pois a forma como coçamos a cabeça ou o modo pouco humano como nos referimos às focas bebés podem provocar uma onda de rejeição que não conseguimos antecipar.
Cada um de nós é, à sua maneira e escala, uma figura pública. Estamos sujeitos a um policiamento implacável feito por entidades virtuais, trolls sem face, policiamento esse capaz de gerar sofrimento a qualquer momento. A violência dos ataques à personalidade de cada indivíduo (tal como as manifestações de admiração e de amor) é directamente proporcional à sua popularidade e visibilidade social.
Pode ser um like mal interpretado, um emoji desajustado ou a partilha de alguma cena menos recomendável. Andamos por este mundo como cegos que não têm capacidade de perceber quão próxima está a escarpa que se precipita na garganta do inferno.
A proximidade é tanta que podemos ouvir as pessoas mais distantes a pensarem dentro da nossa cabeça. São tweets, são posts, são likes, são emojis, são mensagens de todas as formas e feitios a caírem constantemente nas redes que cobrem todo o planeta como imensas spider webs. Falta saber com exactidão quem é a spider de atalaia nas webs que frequentamos e ajudamos a tecer.
A coisa é muito complexa. Somos, em simultâneo, as aranhas que tecem a rede e as moscas incautas que nela vão ser aprisionadas e transformadas em recurso alimentar para suprir alguma fome futura. Nem sei se o que digo faz algum sentido, de tal modo ando confuso.
Voltando ao princípio: a perfeição moral e o comportamento impoluto passaram para a esfera do Divino; literalmente. Já nenhum de nós pode aspirar à admiração geral pois a forma como coçamos a cabeça ou o modo pouco humano como nos referimos às focas bebés podem provocar uma onda de rejeição que não conseguimos antecipar.
Cada um de nós é, à sua maneira e escala, uma figura pública. Estamos sujeitos a um policiamento implacável feito por entidades virtuais, trolls sem face, policiamento esse capaz de gerar sofrimento a qualquer momento. A violência dos ataques à personalidade de cada indivíduo (tal como as manifestações de admiração e de amor) é directamente proporcional à sua popularidade e visibilidade social.
Pode ser um like mal interpretado, um emoji desajustado ou a partilha de alguma cena menos recomendável. Andamos por este mundo como cegos que não têm capacidade de perceber quão próxima está a escarpa que se precipita na garganta do inferno.
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