André Ventura é uma daquelas personagens que não se acanham. O teor das suas afirmações públicas não coincide com o manifesto que juntou às assinaturas recolhidas com a finalidade de fazer aprovar o Chega, esse projecto de partido que gatinha graças à exposição mediática conseguida por Ventura nos espaços de debate futebolístico da CMTV.
Perante os juízes do Tribunal Constitucional, Ventura
faz luzir sobre a cabeça uma auréola de santinho respeitador da Constituição,
cá fora, quando lhe é oferecido o espaço mediático, não se coíbe em mostrar os
dentes e afirmar aquilo que não se atreve a registar no manifesto. André ora é
bom ou mau, afável ou agressivo, tudo depende. Sendo contido numa certa
comparação zoológica pode-se considerar que André é um camaleão.
A Democracia
tem destas coisas, permite que germinem no seu seio personagens que a odeiam e que
tudo farão para acabar com ela. Personagens como André Ventura chegam montadas
em cavalos brancos, prometendo isto e aquilo, de acordo com o que lhes pareça
ser o sentimento mais larvar e profundo que germine no descontentamento de
certas tribos mais ou menos marginais à inteligência humana.
Na maior parte dos
casos, estes napoleões de pacotilha não conseguem desmontar do cavalo, não têm estofo
para cavalgar outra coisa que não seja a desgraça e o descontentamento o que acaba
por levá-los numa correria louca em direcção ao abismo do esquecimento quando o
logro que é o seu completo vazio se revelar aos olhos de todos, correligionários
incluídos.
André Ventura quer ser uma coisa parecendo outra e vice-versa; Ventura
é uma excrescência na Democracia. Pim.
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