Os miúdos são barulhentos, confusos, desorganizados; quando se encontram numa sala de aula, quando estão no recreio. Imagino que sejam assim na maioria das situações que vivem. Reproduzem constantemente a javardeira que os rodeia na cidade que habitam.
O silêncio incomoda-os, fá-los sofrer, quando o ambiente fica silencioso os miúdos sentem-se inquietos como se fosse um mau presságio. Na ausência de ruído fica a sensação de que algo perigoso se aproxima. Talvez um monstro tenha chegado às portas da cidade, não tarda o silêncio agoirento será rasgado por gritos desesperados, o horizonte recortado pela silhueta de um Godzilla patudo a destruir tudo a cada passo. Imagino que seja algo assim, talvez pior.
Há uma cada vez mais complexa fusão entre o Inferno e o imaginário infanto-juvenil, o que gera personagens estranhíssimas: coisas fofinhas com dentes afiados como facas ou coisas horrendas com cauda de coelhinho lãzudo.
Se pretendemos manter abertas as vias de diálogo com a putalhada precisamos de reciclar profundamente as nossas galerias de heróis e respectivas correspondentes de vilões.
Sem comentários:
Enviar um comentário