segunda-feira, outubro 02, 2017

Armaduras pretas

O que se está a passar na Catalunha é uma grande confusão. Assistimos incrédulos a uma escalada de violência que poderia perfeitamente ser evitada caso houvesse interesse de parte a parte em que as coisas acontecessem de acordo com o bom senso. Mas não. A uns aproveita a violência, a outros está-lhes na massa do sangue.

No meio do terramoto o povo anónimo. Não duvido que, caso fosse catalão, haveria de andar a levar porrada da Guarda Civil. Mas, estando descansadinho cá no meu Portugal, olho para tudo aquilo com uma enorme dose de desconfiança.

Fica a imagem da brutalidade do estado policial. Aqueles cães de fila, enfiados nas suas armaduras, protegidos por capacetes negros, são o símbolo do poder, a sua materialização junto de quem protesta e clama por aquilo que acredita serem os seus direitos. Não há diálogo, apenas violência. Todos sabemos que a violência se propaga como um incêndio em dia de Verão.

Rajoy é um pirómano perigoso e Puigdemont, para apagar o fogoléu, traz um bidão de gasolina em cada mão. Não é preciso fazer um grande esforço de memória para recordarmos situações vagamente semelhantes um pouco por toda a Europa. Sempre que o povo sai à rua lá aparecem os gajos das armaduras pretas e dos capacetes fechados.

São as forças que garantem que a Democracia funciona como DEVE ser.

3 comentários:

João Menéres disse...

A Catalunha é um caso muito complicado.
Nenhuma solução satisfará qualquer das partes.

Silvares disse...

Parece-me ser um caso de autoritarismo imbecil perante uma tentativa pouco credível de separatismo meio selvagem. Ambas as partes contribuíram para gerar uma situação absolutamente explosiva. Ali sim, o Diabo está à solta.

João Menéres disse...

Um abraço, Rui.