sábado, outubro 28, 2017

O perfume

Começa a cheirar a PPD e fica muita gente um pouco doida, um pouco inebriada. É como se a Primavera chegasse no lugar do Inverno, montada nele, a sorrir, disparando sorrisos na direcção da populaça.

Nota-se nas páginas dos jornais, nas entrelinhas, nos noticiários, nos discursos de gente boa (e de gente má também), enfim, sente-se a possibilidade de um Renascimento. Até já se fala outra vez do "arco da governação" e do bom que era o PPD e o PS serem outra vez amigalhaços. Ou ainda numa super-geringonça que metesse ao barulho os partidos todos, de esquerda e de direita e os que são nem uma coisa nem outra, uma espécie de grande cozido à portuguesa. Com todos, como o bacalhau.

O que me surpreende nesta história que agora se desvela é a facilidade com que se criam narrativas mediáticas e se dá a volta a um tão grande número de pessoas só assim, com um estalar de dedos.

Dizia o outro que venderia com a mesma eficácia sabonetes ou presidentes de república. Basta um bom perfume para que um monte de merda quase mude de figura.

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