quarta-feira, maio 27, 2015

Greves a Metro

Os trabalhadores do Metro de Lisboa fazem tantas grevezinhas (de horas, de turnos, greves pequeninas, greves repartidas, greves constantes) que acabam por transformar um direito constitucional e indiscutível numa espécie de sarna social.

Não sou a pessoa mais indicada para discorrer sobre tão complexo tema. Tantas greves, greves a toda a hora, decerto exigem um conhecimento minucioso da vida da empresa a alguém que pretenda tentar imaginar as causas de tão persistente luta laboral. Convocar estas greves é trabalho de relojoeiro, aderir a estas greves será um dever dos trabalhadores, imagino eu.

A verdade é que a frequência com que damos com o nariz na porta do túnel do Metro é tão grande que já ninguém liga à coisa. Já ninguém se impressiona com a luta dos trabalhadores, antes pelo contrário. Eles fazem greve com tanta insistência que toda a gente desconfia do ardor com que aderem à luta tanto como desconfia da eficácia do movimento grevista.

A banalização da greve é como o abuso de antibióticos; perde força e efeito.

2 comentários:

João Menéres disse...

Assim penso, Silvares.

Silvares disse...

Um trabalhador até se cansa... de fazer tantas greves!
Alguma coisa não está a funcionar.