Daqui a pouco mais de uma hora terei o prazer de introduzir uma conversa com a Paula Rosa a propósito do seu trabalho.
A coisa (ver aqui) dar-se-à no Museu da Cidade de Almada. O pretexto é a recente exposição que a Paula teve na Parede (ver aqui).
Escrevi o texto que a seguir apresento mas nada garante que não diga algo completamente diferente.
Seja como for parece-me um post interessante para deixar aqui, no 100 Cabeças.
Aqui
há uma semanas atrás li um artigo no jornal Público sobre umas pinturas
pré-históricas algures num buraco qualquer em terras de França em que se dava
notícia de que os arqueólogos tinham percebido que, afinal, a coisa é feita há
muito mais tempo do que se pensava (ou imaginava).
Pelos
vistos, os nossos antepassados já pintavam imagens magníficas e estonteantes vai
para uns 30 ou 40 mil anos atrás.
Não
sabemos porque o fizeram. Apenas podemos especular sobre as suas motivações.
Algo
nos diz que a criação de imagens tivesse a ver com magia, ou coisa que o valha.
Acredito.
Porque
criar imagens, seja qual for a técnica que nos assiste, é sempre um processo de
excitação e subversão dos sentidos. Uma magia absoluta !
A
arte, disse Picasso, é uma grande mentira… que nos ajuda a compreender melhor a
verdade. Na medida em que formos capazes de a compreender. (não sei se é bem
assim, mas não andará muito longe disto).
Os
trabalhos da Paula Rosa fazem-me reflectir sobre estas questões: porque criamos
imagens? Até que ponto a arte nos pode levar em viagem até aos limites (da
nossa capacidade de perceber o mundo que nos rodeia?)
As
respostas, sinceramente, não as encontro. Mas isso não me preocupa.
O
que me interessa, de facto, são as perguntas.
É
por isso que a observação destas criações visuais é tão fascinante.
Perante
as imagens criadas pela Paula, estas questões crescem, transformam-se, refazem-se
a cada olhar.
As
respostas que encontramos vêm infectadas de silêncio e poesia… quero dizer, as
respostas que eu encontro são como poesia infecciosa, quanto a vocês… não posso
responder por vocês!
Ouçamos
o que a Paula tem para nos dizer…
3 comentários:
Às vezes esse oceano que me separa daí parece maior que é.
Gostaria de assistir.
Afinal acabei por não fazer esta apresentação mas não foi por isso que deixou de ser um acontecimento interessante.A introdução era o que menos interessava!
:-D
O trabalho da Paula e o debate que se seguiu chegaram e sobraram para iluminar a noite almadense.
Ainda assim, fica o texto.
e eu que cheguei atrasado e afinal...
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