A frase anterior pode soar um pouco confusa; resumindo: a questão do desenvolvimento de meios de produção de energia menos poluentes é económica. Apenas e mais nada. A amizade com o ambiente é conversa.
Enquanto os grandes capitalistas detiverem, maioritariamente, interesses em empresas petrolíferas e outras formas tradicionais de enriquecimento a qualquer custo, as energias verdes vão avançar muito devagar ou, então, apenas devagarinho, como tem vindo a acontecer nos últimos anos.
Quando esses tipos transferirem os seus métodos de enriquecimento para empresas relacionadas com o vento, o sol, as marés ou outras forças do género, então veremos os níveis de poluição a serem paulatinamente reduzidos e o paraíso a chegar aí à porta.
A questão é: porque é que só agora se investe cada vez mais na descoberta e desenvolvimento de meios de energia alternativos? Porque se perderam tantas décadas, com o petróleo a ser o motor do desenvolvimento económico mundial com os resultados assustadores que se conhecem?
Ainda a procissão vai no adro mas, leitor amigo, não tens a sensação de que poderíamos conduzir automóveis menos poluentes há muito tempo? Quando esse negócio for rentável e os lucros reverterem para os bolsos certos, podes ter a certeza de que os amigos do ambiente vão estar todos no poder.
4 comentários:
Rui, na verdade as energias verdes ainda são isso mesmo, verdes. Precisam amadurecer ainda muito. A realidade mostra-nos que o lixo que se gera para produzir essa energia é enorme e por outro lado até agora, o vento, o mar e o sol ainda não conseguem substituir o petróleo para as necessidades que temos. A única energia capaz de substituir o petróleo no imediato continua a ser o nuclear, com os riscos que todos sabemos daí advir. Ainda estamos no início das energias verdes e o planeta já começa a estar cheio de material, sucata velha, provenientes das eólicas, painéis solares e por aí fora. A energia e o ambiente são de facto a grande equação do nosso futuro e resolvê-la não é fácil. Precisávamos de conseguir pensar o mundo a médio/ longo prazo, mas as emergência e os interesses parecem não nos deixar ver mais longe do que o imediato. Uma coisa parece certa, a forma como abordarmos o ambiente agora ditará o nosso futuro próximo. Cada vez acho mais que isto está bom é para quem tem fé. Esses pelo menos sempre podem acreditar em milagres, e eu já estou como o outro, a minha esperança está naquilo que eu não sei, porque pelo que sei isto não augura nada de bom.
Rui, a lucidez do teu comentário deixou-me a pensar que já estou infectado pelo vírus da economia. A perspectiva que apresentas é bem mais lúcida que a minha quase histeria anti-capitalista. Grato pelas tuas sóbrias palavras reconsidero a visão idílica que as energias verdes sempre me provocam.
A própria designação de energia verde ou limpa é já de si um pouco falaciosa, mas é verdade que no futuro estas novas energias serão provavelmente também parte da solução, e isto porque parece-me que a solução ( se existir ) será uma mistura de muitas soluções adequadas a diferentes situações. Por agora apontam-se as baterias para a chamada eficiência energética ou seja reduzir os desperdícios, aí já se conseguia poupar muito, mas como conciliar isso com o facto de serem empresas privadas que controlam as energias, que como sabemos têm por finalidade produzir lucros cada vez maiores? Quererão elas baixar a facturação em proveito do planeta? Já não restam dúvidas que os tempos que vivemos podem ter muitos defeitos, mas ninguém se pode queixar que o mundo está monótono. O que não faltam são problemas para resolver … felizmente ou infelizmente, … já nem eu próprio sei.
Rui, tenho a impressão que muitas coisas irão mudar num futuro mais ou menos próximo.
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