quarta-feira, julho 06, 2011

Visão


O valor das coisas é relativo. É quando as coisas falham que lhes damos a atenção devida. Estou a escrever este texto e as palavras vão-se alinhando no écrã. Isso vejo muito bem, as linhas. Já as palavras... bom, confio que estou a escrever tudo de acordo com as regreas ortográficas já que não consigo distinguir as letras com clareza. Nem nada que se pareça!

Acontece que tive necessidade de mudar as lentes dos óculos. Andava com dificuldades na leitura das letras pequeninas dos contratos e das instruções de utilizaçãonas embalagens de certos produtos. Estou a utilizar uns óculos antigos para poder ter esta visão nublada. Sem eles sinto-me como deve sentir-se uma toupeira fora da toca. O oculista explicou-me, com um grande sorriso, que só amanhã (ou depois, meu Deus, ou depois!!!) terei de volta a minha visão de curto alcance. Estou triste.

O jornal matinal é um sacrifício, o "Crime e Castigo" uma impossivilidade absoluta. Enquanto não tiver os óculos de volta sinto-me uma espécie de semi-analfabeto. A falta de visão pode ser uma forma suave de tortura.

Aguardo com alguma ansiedade a chamada telefónica que me devolverá a extraordinária magia da visão plena. "Os seus óculos estão prontos, pode vir buscá-los."; amanhã, por favor, que seja amanhã!

4 comentários:

Olaio disse...

Neste momento de infortúnio podes contar com a minha solidariedade. Como te compreendo amigo, só de ler este teu texto todo o meu corpo se arrepia :))) Abraço

Silvares disse...

Grato pela solidariedade.
:-)

Jorge Pinheiro disse...

Uso óculos desde os 15 anos. São a melhor coisa que me aconteceu. Senão estava cego.

Silvares disse...

O meu problema é que até há 8 anos atrás, mais coisa menos coisa, nunca precisei de óculos. Ainda não fazem parte de mim e, no entanto, não posso viver sem eles.