segunda-feira, julho 20, 2009

Parece que me lembro de qualquer coisa


Não tenho a certeza. Afinal tinha apenas 6 anos. Não me lembro se o meu pai já me tinha oferecido o Billy Blastoff, um bonequito vestido de astronauta, com um carro lunar que ele comprou algures em Espanha que em Portugal, naquela época, era mais comum o carro de bois. Tenho uma vaga recordação de estar a jantar numa mesa com outras crianças em casa de uns amigos dos meus pais e de passarem na TV a preto e branco imagens relacionadas com a viagem. Mas pode ser uma partida da memória, não sei nem isso me interessa por aí além. Já lá vão 40 anos e a viagem não terá contribuido para mudar grande coisa cá por baixo. Tudo isto cheira a nostalgia. Talvez sirva para se fazerem mais algumas promessas de regresso ao espaço, para se produzirem alguns discursos meio vazios, meio cheios de vazio, sobre a sensação de pequenez que se sente quando se olha a Terra lá do alto do espaço e os impulsos de profundo humanismo que essa visão provoca. Fica a impressão de que se deveriam meter os grandes líderes mundiais e os grandes senhores do capital todos dentro de uma nave espacial e mandá-los lá para cima, para que olhassem cá para baixo e nos vissem, pequeninos, por uma vez que fosse. Podia ser que alguns se perdessem lá no meio das estrelas e por lá ficassem a brilhar na escuridão.

10 comentários:

Anónimo disse...

Senhores brilhantes, a brilhar na escurudão! Gostei da expressão!

Silvares disse...

É isso mesmo Eduardo, se são assim tão brilhantes, o lugar deles é na estratosfera (pelo menos:-)

Beto Canales disse...

hehe.. ou mais longe...

the dear Zé disse...

Pois, e deixá-los todos ficar por lá, na lua ou num barco sem fundo, para o infinito e mais além...

Ví Leardi disse...

...e para não mais voltar!...

Anónimo disse...

mas acho que nem a lua, mereceria uma coisa ruim dessas. Humanidade a sua, de ter essa visão tão bonita. já esteve lá?
abs
madoka

peri s.c. disse...

Deveriam ir até pelo menos Urano, para sentir a real sensação de nossa pequenês.
E estenderia o convite, além de nossos "líderes" políticos aos grandes empresários, banqueiros, generais e demais detentores de algum tipo de poder, até o guardinha ( NR : o pequeno policial ) da esquina . Se 10% deles tivessem um insight, já estaríamos no lucro.

Silvares disse...

Beto, como diz o Caçador, citando o Buzz Lightyear: "Para o Infinito e mais além!"

Caçador, qualquer coisa assim.

Ví, isso depende...

Madoka, vi em filmes. As minhas estadas na Lua têm algo de irreal. Não tenho a certeza de poder afirmar que já lá estive.

Peri, os guardinhas deste mundo são a base dos outros, dos grandes tubarões. Assim sendo, talvez pudessem tirar umas férias todos juntos. Ia sobrar muito espaço para o resto do povão!

MUMIA disse...

RUI: AI que inveja!!!!
Nunca tive um BILLY destes na minha infância,...e com as pilhas mexia e tudo.
ESPETÁCULO!!!!

*/o

Lord Broken Pottery disse...

Silvares,
Passo para matar a saudade, abraçá-lo. O tema me fascina. Tinha 15, já era quase adulto (este quase durou muito). As imagens, perfeitamente recuperadas, me remetem a um tempo feliz, nada como permitir a nostalgia.
Grande abraço