O Verão, se fosse uma pessoa, havia de gostar da leveza que o "doce não fazer nada" oferece, assim, como quem não quer a coisa. A gente veste pouca roupa, anda com o pé fora da sandália e deixa o olhar à solta por não haver muito que possa preocupá-lo. As conversas podem nem sequer ter um início e raramente levam a um fim. É tudo assim, um bocado ao lado da dureza que a realidade costuma ter, como se a realidade fosse meio derretida pela luz intensa e o calor do Sol. A realidade, quando é aquecida pelo Sol, muda de figura. No Verão vivemos uma quase miragem da vida.
Tenho um livro por perto mas não me apetece ler. Os materiais de pintura preparados mas não me apetece pintar. Até mesmo o cérebro parece não querer pensar muito mais do que isto, não querer passar deste desfiar indolente de palavras ao acaso que, no final, haverão de significar alguma coisa, quanto mais não seja o princípio de um pensamento diluído na paisagem das letras que vou deixando, umas atrás das outras, ao longo do texto que surge do fundo branco do écrã.
Vou parar de escrever para a seguir não fazer nada.
6 comentários:
Não vou comentar, para não te dar o trabalho de ler! srsrs
...percebe-se o teu bem estar pelo fluir das tuas palavras...se lê de corrido leve como pluma!!!!Que bem há de te fazer...:-)
Bom Verão para ti!
Calvin, vai tomar banho!
hehehehehehehe
carpie diem.
Todos poderiam ter o privilégio desse ´refúgio´, uma vez ao ano, pelo menos, para irmos levando a dureza da realidade costuma ter.
bom deleite
madoka
Eduardo, hoje já me levantei com outra disposição.
:-)
Já posso responder.
Ví, realmente, estes estados de introspecção não duram muito tempo. Um dia e passam à história.
Igualmente Isabel.
Luis, era mais o Hobbes. Não se notava?
Madoka, a questão é desejar o refúgio. Quando se procura acaba por se encontrar...
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