Esta noite recebi a notícia da morte de Leonard Cohen. Até um dia, Leonard, talvez te veja outra vez. Ou talvez não.
Reparo agora que os meus ídolos musicais estão, cada vez mais, enterrados na mesma cova da minha memória. Strummer, Reed, Bowie, agora Cohen, Morrison já morreu faz muito, muito tempo. Palma, meu amigo, continua bem vivo e dou graças a Deus, pelo menos por isso.
A estante onde vou amontoando os meus CD's cada vez mais se parece com um cemitério. Hoje, quando falei nisso à Ana ela perguntou-me se eu sabia o que poderia significar tal coisa? Eu sei o que ela queria sugerir, que estamos a envelhecer, mas respondi: sim, sei o que significa, significa que toda a gente morre, mesmo os imortais, qualquer coisa assim.
Resposta parva, provocada por uma mistura de desencanto e alguma raiva temperadas por um pouquinho de tristeza e desespero. Já só poderei ouvir o que eles fizeram, já não poderei esperar o que eles vão fazer.
Quando falecem estes seres humanos ficamos um pouco mais sozinhos, um pouco mais abandonados aos nossos sonhos. Já não poderemos ser estimulados pelas suas visões magníficas para vermos o mundo melhor iluminado. Resta-nos a memória, a revisita.
Até um dia Leonard, meu magnífico companheiro.
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