quarta-feira, junho 22, 2016

Ausência de graça

Eu sei que não tem graça mas não consigo evitar um sorriso; mais, não consigo segurar o sorriso que me rebenta na face: largo uma gargalhada que cai sobre a senhora como uma bomba!

Ela, coitada, tenta recuperar a vertical um pouco torcida para a frente que levava antes de escorregar na casca de banana, tal qual um desenho animado, antes de ter volteado pelo ar, antes de ter aterrado com a violência de uma cagadela de gaivota no pára-brisas do meu carro.

Toda torcida procura recuperar os objectos espalhados no alcatrão: um molho de chaves, um batom, uma revista Caras, algumas moedas, a carteira, enfim, a mala, vazia, repousa estranha e só, lá mais para a frente, aos pés de um homem alto que parece uma girafa.

Isto não aconteceu mas não sei como aqui cheguei que raio de imaginação foi esta? Ainda por cima sei que isto não tem graça.

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