Elementos Essenciais da Tragédia Grega
Hybris - Desmesura. Sentimento que conduz os heróis da tragédia à violação da ordem estabelecida através de uma ação ou comportamento que se assume como um desafio aos poderes instituídos (leis dos deuses, leis da cidade, leis da família, leis da natureza). A hybris ameaça a ordem do cosmos e potencia o caos. O herói trágico não tem consciência dos seus erros.
Pathos - Sofrimento progressivo, do(s) protagonista(s), imposto pelo Destino (Anankê) como consequência da sua ação.
Ágon - Conflito (a alma da tragédia) que decorre da hybris desencadeada pelo(s) protagonista(s) e que se manifesta na luta contra os que zelam pela ordem estabelecida (a diké, a justiça). É, no fundo, a luta entre o bem e o mal.
Anankê - É o Destino, a inevitabilidade. Encontra-se acima dos próprios deuses que não podem desobedecer-lhe.
Peripécia - Acontecimento imprevisível que altera o normal rumo dos acontecimentos que compõem a ação dramática; rumo contrário ao que o desenrolar da ação até então poderia fazer esperar.
Anagnórise (Reconhecimento) - O reconhecimento pode ser a constatação (compreensão) de acontecimentos acidentais, trágicos, mas, quase sempre, se traduz na identificação de uma nova personagem.
Catástrofe - Desenlace trágico, que deve ser indiciado desde o início, uma vez que resulta do conflito entre a hybris (desmesura, ameaça de desordem) e a anankê (inevitabilidade), conflito que se desenvolve num crescendo de sofrimento (pathos) até ao clímax (ponto culminante).
Katharsis (Catarse) - Purificação das emoções e paixões (idênticas às das personagens), efeito que se pretende da tragédia, através do terror (phobos) e da piedade (eleos) que deve provocar nos espectadores.
2 comentários:
Enfim, um pathos entre o ágon e a catástrofe comandado pelo anankê, à beira da katharsis.
Nem mais!!!
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