Paulo Portas a pretender passar uma imagem de estadista: homem grave, ponderado e circunspecto, que coloca os superiores interesses da nação à frente das suas ambições, é uma das anedotas mais grosseiras a que assisti.
Portas está para o espectáculo da política como Paulocas, o palhaço, que tenta assumir a profundidade dramática de Hamlet segurando na mão direita o crânio de um bacalhau a escorrer azeite,
Portas alertando o povo para os perigos que os seus adversários políticos representam quando está em causa o futuro da nação, é um número de tal modo grotesco que, um atirador de facas que falhe o balão e perfure o peito da partenaire presa na roda, arrancará não mais que um ténue sorriso amarelo ao espectador aterrado.
Paulo Portas não é mais que um embaraço, o troca-tintas que escrevinha SMS e já ninguém leva a sério. Portas é um cadáver político, irrevogável suicida, um Lázaro regressado à vida da coisa pública pela mão de Passos Coelho que escolheu ser o que é: um autêntico Cristo oferecido em sacrifício para redimir os pecados de um povo inteiro que vive acima das suas possibilidades.
Passos ressuscitou Portas quando lhe ofereceu o lugar de vice-primeiro ministro. Mas, tal como Lázaro, quem regressa dos mortos exala um fedor insuportável e os vivos tapam o nariz à sua passagem.
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