As coisas não são como são. As coisas são como as vamos fazendo ou como permitimos que outros as façam defronte aos nossos orgulhosos narizes. Mas há muito quem argumente que "não poderia ser de outra forma", que "o que tem de ser tem muita força" e os mais fatalistas arrumam a questão com o clássico: "é a vida, o que é que se há-de fazer !?".
"Perante factos não há argumentos"... peço desculpa mas sou obrigado a colocar uma ou duas questões antes de acenar afirmativamente que sim, que sim senhora. A verdade é que os factos nem sempre são, de facto, factos. Quantas e quantas vezes não se veio a perceber que um dado adquirido era, afinal, um dado perdido? Que uma certeza não passava de um logro, que o futuro havia sido mal desenhado e que o adivinho da moda não passava de um charlatão apoiado numa mão cheia de suposições travestidas de factos?
Ok, ok, há factos indiscutíveis. terá sido a pensar nesses que alguém criou a frase que abre o 2º parágrafo. Mas anda por aí muito gabiru que, à boleia do dito, nos quer enfiar todo o tipo de patranhas goela abaixo e olhos dentro. Eles vêm armados de gráficos, frases floridas, fatiotas bonitas, perfume e falinhas mansas. É preciso estar alerta.
Resumindo: perante factos, à cautela, o melhor é argumentar. Quanto mais não seja chegamos à conclusão de que, perante aquele facto, não há argumentos.
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