Terá o primeiro ser humano
pressentido a felicidade? Tê-la-á sentido, de facto, em alguma ocasião? Talvez
essa sensação, esse pressentimento, essa coisa instalada no peito, talvez tenha
servido de motivação para que os nossos antepassados mais remotos tenham
começado esta infindável luta pela sobrevivência da espécie.
Talvez a felicidade seja a
principal razão pela qual todos os animais se esforçam por sobreviver. Talvez
devêssemos chamar instinto à felicidade; e não sentimento, ou lá o que chamamos
a isso. E os animais que mais lutam, os que mais se esforçam no desespero de
prevalecer, os reis da selva, talvez sejam os que mais sentem (ou pressentem) a
felicidade na sua forma mais pura, quase, quase, a felicidade tal como ela é.
Talvez lhes venha daí a
agressividade extraordinária, a capacidade de trucidar e matar, despedaçar os
outros animais, seja à dentada, seja à força de patadas violentas. Talvez o
desejo de felicidade nos transforme em feras.
Entre nós, seres humanos,
felicidade e amor parecem vir amiúde emparelhados, uma coisa a permitir a
existência da outra e vice-versa. Talvez a violência seja o resultado de uma
certa necessidade de amor. Talvez o amor seja a sublimação da mais absoluta
selvajaria.
3 comentários:
Sobrevivência não é sinônimo de felicidade. Todos os animais sobrevivem desde que haja alimento. Comida pode ser comparada a felicidade. O único animal alimentado e infeliz é o homem. Isso porque inventou a alma.
Talvez sobrevivam desde que haja alimento e vontade de viver... será a alma um exclusivo da espécie humana?
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