A própria palavra "razão" soa estranha. Assim isolada parece-me referir a trajectória de algo que passa muitíssimo perto de outra coisa, algo que passa tão a rasar, tão a rasar, que faz um razão!!! Ora, como pode algo assim atingir o âmago da questão?
Não, a razão não me parece resposta que se procure como se dela dependesse o entendimento do mundo ou a compreensão da lonjura das fronteiras que confinam a alma humana. A razão, quando muito, poderá proporcionar agradáveis discussões na tasca, sempre que discutimos Filosofia com um belo copo à frente do nariz; copo que vem e vai, despejado e logo recarregado daquilo que nele faz falta quando vazio fica.
Mas, se me esquivo a aceitar a Razão, o que resta?
Se formulaste esta questão mereces resposta, aveludado leitor. O que resta, queres tu saber? Pois, na minha estrábica perspectiva, parece-me que não resta nada mas apenas o Vazio (que não tenho a certeza que seja alguma coisa).
E quem quer viver no Vazio? Impacientas-te tu com uma certa dose de... razão.
Pois olha, amigo meu, isso não te posso responder porque, tal como o outro, "só sei que nada sei" embora, cá no fundo, que sou pessoa um tanto convencida e vaidosa, não acredite em tanta ignorância nem esteja tão convicto das qualidades extraordinárias do Vazio e nem dos defeitos impraticáveis da Razão.
Já ia fechar a loja quando encontrei isto algures aí pelo espaço virtual. Pareceu-me a propósito embora não subscreva.
2 comentários:
Há de facto muito que o coração não quer mas que à cabeça ensina. Se o vazio for o estado natural das coisas, a vida será mera fulgência, ainda que o coração o não queira. E assim, sem coração, teria a vida algum sentido? É que a razão não ma justifica, bem pelo contrário.
Ando cá com a cabeça repleta de dúvidas a deitar por fora...
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