Nunca fui grande admirador da pintura de Renoir. Nem quando a conhecia apenas através de fotografias, bastante menos, ainda, depois de ter visto ao vivo umas quantas obras do grande mestre francês. Parece-me uma coisa pesada, sofrida, um tanto forçada. Mas é a minha opinião pessoal que vale o que vale.
Serve este introito para chamar a atenção do delicado leitor para o episódio rocambolesco do "pequeno" Renoir desaparecido que foi comprado por uma senhora americana numa feira da ladra por 7 dólares entre outros objectos (ler aqui a interessante notícia com links para outras narrativas relacionadas com o episódio).
Não pretendo reflectir sobre a questão legal que se desencadeou quando a senhora tentou vender a obra em leilão e o Museu de Arte de Baltimore veio reclamar a posse legal da pinturinha que havia sido roubada em 1951. O Museu acabou por reaver a coisa. O que me chamou a atenção nesta historieta foi a razão que levou a tal senhora a adquirir a obra.
A senhora comprou a pintura porque gostou da moldura. O facto de ter uma plaquinha com o nome de Renoir não lhe disse nada pois não fazia ideia de quem fosse o artista. Foi a moldura que a fascinou o suficiente para desembolsar os tais 7 dólares. Isto deixa-me a pensar sobre as razões que podem levar-nos a amar um objecto.
A velha questão da forma e do conteúdo que, no caso de Renoir e outros artistas seus contemporâneos (ah, os Impressionistas...), é muito mais forma que conteúdo. É de tal modo forma que a moldura se pode tornar mais chamativa que as pinceladas do mestre.
Mas é, convenhamos, uma belíssima moldura!
3 comentários:
Que insólito, Rui...
Um abraço.
eh eh eh
Amigos, histórias destas fazem-me acreditar um pouco mais na Carochinha.
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