Imagino que esta bipolaridade não seja um exclusivo do povinho cá da terra. Todo o ser humano haverá de balançar entre o aperto no coração e a largueza do espírito. Tem dias.
Uma coisa começo a notar: são os engravatados, os doutores, os espertos e outras bestas do género que me envenenam o peito. Os mais burgêssos, os simplórios, os que falam "achim" e "dijem" "coijas" banais são os que me fazem sentir mais próximo de uma humanidade que anseio seja a minha.
Sou gajo de tasca (das antigas, sujas e a cheirar a vinho a martelo, não destas limpinhas e cheias de tiques que agora ostentam "tasca" no nome e cobram caro pelo mais singelo chouriço); muitos talheres e vários copos sobre a mesa coberta com toalha de pano fazem-me tremer a merda das pernas.
6 comentários:
No meio do rebanho está quentinho e no entanto aí nos perdemos.
O asco aos doutos manhosos rivaliza com o arrepio que causa o servil silêncio dos que se crêem simples.
Tenho de reflectir sobre o teu comentário...
Obrigado, mas não merece tanto. O teu texto tocou-me. Tinha duas hipóteses, ou o desabafo ou ir ao espelho encher a minha cara de chapadas pelo meu próprio silêncio. Optei, como vai sendo costume, pela via mais fácil.
Ah, bom, estava a ficar confuso... ou talvez não.
:-)
Acho que não. Com o que nos tens deixado, há muito que perdeste o direito à banalização, mas ganhaste o de limpar a boca à toalha e a pôr os cotovelos na seda mais fina. Não tremas. Se também tu tremeres, muitos de nós estarão já perdidos sem o saber. Mas venha o casqueiro e o chouriço! :-)
Assim sim!! grato pelas belas palavras (arrôto breve).
Enviar um comentário