O teatro tem essa coisa estranha de ser um universo inteiro que alberga uma infinidade de mundos diferentes habitados por espécies variadas.
Para acontecer teatro é necessário, apenas, que haja um palco habitado e uma plateia ocupada. Pouco mais é exigido. O palco pode ter muitos actores, cenários majestosos e jogos de luzes deslumbrantes ou pouco mais que muito pouco de tudo aquilo.
Um actor, um bom texto e alguns projectores bem aproveitados, são material mais do que suficiente para construir um espectáculo desde que, na plateia, haja pessoas a assistir.
Vem isto a propósito de "Preocupo-me, logo existo!" em cena no Cinema São Jorge, em Lisboa.
Neste espectáculo Diogo Infante volta a estar sozinho no palco (apesar de se desdobrar em 8 personagens 8) o que faz dele uma pequena multidão de talentos variados.
O texto de Eric Bogosian é uma espécie de veneno que vai sendo inoculado nos espectadores em pequenas doses através da representação de Diogo Infante. A encenação e o aparato cénico são de uma sobriedade a toda a prova. O actor e o texto dominam a função e o público diverte-se, no mínimo.
Recomendo vivamente. É teatro, outra vez.
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