Todo o cidadão tem o direito de não pensar sempre que isso lhe parecer a melhor forma de ocupar o tempo. Pensar sempre, a toda a hora, sem intervalos para vegetar livremente, não é bom para a saúde.
Não ler, não ver cinema, não ir ao teatro, não desenhar, não pintar, em suma, não fazer rigorosamente nada, é uma medida preventiva a aplicar sempre que a cabeça começa a inchar.
Essa inactividade pode ser agradavelmente preenchida por uma tarde a olhar para a televisão vendo jogos de futebol do campeonato argentino entre equipas das quais nem sabemos o nome, de preferência um daqueles jogos que terminam com um zero a zero preguiçoso no placard.
Ou então vendo um filme com o Jean Claude van Damme a desancar tudo quanto lhe passa à distância de um braço. Assistir a um debate sobre a vida sexual na terceira idade também é uma opção interessante mas mais difícil de encontrar.
Todo o cidadão tem direito a uma boa dose de estupidez desde que não se habitue. A inteligência também precisa de períodos de descanso.
4 comentários:
(:-))
ao ler seu texto, me lembrei de um poema da Orides Fontela: Sempre é melhor saber/que não saber/sempre é melhor sofrer/que não sofrer/sempre é melhor desfazer que tecer. (Axioma), tão bonito esse poema e a poeta tão pouco conhecida.
Bjs
madoka
E ainda não paga imposto... Ou já?
É Eduardo, é coisa para sorrir.
Madoka, a fama não paga o que deve a muita gente. Fica a dever a vida toda e, no fim, não paga mesmo.
Jorge, é melhor não falar muito nessa possibilidade...
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