terça-feira, agosto 16, 2011

A fronteira de mim próprio

Há dias em que, à noite, me deito a pensar seja lá no que for. No dia seguinte, quando acordo, tenho a sensação que deixei algo importante no sonho. Esforço a memória mas não consigo recordar, não consigo trazer comigo aquelas matérias que tanto trabalho me deram durante o tempo em que estive adormecido. Coisas que, por qualquer razão, ficaram retidas na alfândega de Despertar. É como se houvesse alguma coisa (uma entidade?) a regular o tráfego de informação entre este mundo e o outro, a impedir o contrabando de segredos que transformariam a nossa existência em algo impossível de acontecer e ser vivido. Coço a cabeça, semicerro os olhos, torço o pescoço mas... nada! Ficou lá tudo. Sobra apenas esta sensação que pode nem ser verdadeira, que pode ser apenas uma réstea de sonho a ser ainda sonhado, um momento prolongado entre lá e cá, comigo no meio, o meu cérebro transformado em nada mais que mera fronteira. Há dias em que acordo a sonhar que sonhei algo que não consigo recordar.

2 comentários:

Anónimo disse...

...um verdadeiro pesadelo.... srsrs

Silvares disse...

Nem tanto, Eduardo, nem tanto...