Hoje recuperei os meus olhos. Tive de me chatear e ameaçar que faria uma reclamação naquele livrinho que há nos estabelecimentos comerciais e quejandos. Com a ameaça lá se despoletou o processo que deveria ter corrido naturalmente e não sob a pressão artificial do meu mau génio e, pronto, já tenho olhos outra vez.
Quando coloquei os óculos no lugar foi como se tivesse recuperado uma força que já andava a esquecer. A luz subiu dois tons e os contornos dos objectos regressaram com uma nitidez enternecedora. Foi como se estivesse a segurar uma vela que, de súbito, se transformou numa espada de laser como aquelas dos heróis da Guerra das Estrelas. Beleza!
De imediato li o jornal de fio a pavio e senti um certo alívio por poder ver melhor as olheiras na cabeça que estava no espelho a olhar para mim. É notável a forma como não damos importância a pequenas coisas que têm uma importância enorme até que elas falham. A privação da banalidade é uma coisa extraordinária.
4 comentários:
Que ótimo!! Voltou a enxergar! Somente nas horas sem clarividência que damos valor as pupilas gestoras. Ainda não uso óculos para ler, apenas para ir ao cinema. A telona me faz chorar, vai saber! Pode parecer "esquisito" mas são óculos de sol. Bom fim de semana! Beijus,
Que a Força fique contigo.
A realidade é a dor, não há volta a dar.
Luma, chorar discretamente não faz mal a ninguém
:-)
Jorge, a Força está aqui!
:-D
Rui, não iria tão longe...
:-(
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