sexta-feira, julho 29, 2011

Desprezo

Só sinto desprezo por aquele cabrão filho-da-puta que assassinou dezenas de putos noruegueses após ter feito rebentar uma bomba em Oslo tendo morto, logo aí, uns quantos cidadãos. As coisas que esse animal deixou escritas e as fotos com que se ilustrou enquanto ser vivo mostram apenas uma coisa: vaidade.

Essa besta é tudo o que agora quisermos que seja. O animal é nazi, é terrorista, é fundamentalista católico, é louco, é psicopata, o que quisermos. Será tudo isso, mas tudo isso reflecte uma vaidade imbecil na sua cabeça loira e nos seus olhos claros. Um verme nojento daquele calibre pode apenas merecer desprezo.

Por mim enfiava-lhe uma bala nos cornos e acabava logo ali com uma existência prejudicial à espécie humana. Gajos assim fazem vacilar as minhas convicções em termos de tolerância e respeito pela vida humana. Tenho dificuldade em reconhecer num monstro deste género o mais leve pingo  de humanidade. As bestas raivosas matam-se, para evitar que espalhem a raiva.

Já escrevi mais do que queria escrever sobre esta coisa pestilenta. Os noruegueses deram-lhe um tratamento razoável. Se era exposição pública que o bicho queria, isolaram-no por completo. O problema é que vai ter um julgamento justo. É isso que distingue as vítimas do assassino mas, caraças, ele não merece ser tratado como aquilo que não é, não merece ser tratado como um ser humano.

5 comentários:

Marli Tolosa disse...

Olá, concordo plenamente.

Anónimo disse...

Tens razão, Rui, foi a vaidade desmedida que o fez parecer melhor, mais bonito, e mais capaz entre os mortais. Sua incapacidade de ser notado o levou a uma trama satânica, covarde e cruel, para marcar, de forma indelével, sua insignificante passagem pela Noruega. Conseguiu seu intento.Daqui a 20 anos sairá da prisão, venderá os direitos do livro biográfico, que se tornará um filme de sucesso, e morrerá rico!

Luma Rosa disse...

Não alimentei a vaidade desse senhor. A cada aparição no noticiário, mudava de canal! Por vários motivos, além de achar que em nada afetou o meu dia a dia, além de um espanto inicial! Um louco como este deveria se aproveitar em guerras e o covarde não se alista! Beijus,

rui sousa disse...

É engraçado, mas chocou-me mais as declarações do pai do que propriamente a monstruosidade do acto dele. E passo a explicar. A primeira coisa que me ocorreu pensar quando ouvi a noticia foi, como é que eu reagiria como pai se um filho meu fizesse aquilo. Primeiro acharia que como pai também teria a minha grande ( enorme ) cota de responsabilidade no sucedido( e atenção não estou a falar de um acto do momento mas, pelo contrário, premeditado durante 2 anos ). Mas eis que venho a saber que o dito pai não via o filho há mais de 15 anos ( portanto desde a adolescência ) e que apesar disso se sente com autoridade para dizer que o filho é um monstro e que nunca mais o quer ver. A ausência nunca justifica a construção de um monstro, mas acredito que quando se acompanha um ser no seu crescimento consegue-se corrigir os traços monstruosos da sua personalidade, não aqueles que todos somos capazes de ter numa situação do momento, mas refiro-me aqueles que todos podemos ter se nos fecharmos no nosso pequeno mundo de ódio, recalcamento e fraqueza durante dois anos. Como pai estaria incondicionalmente sempre ao lado de um filho, neste caso na penitência e na culpa. Eu não sinto desprezo por ele, sinto mais desprezo por uma determinada forma de sociedade que gosta sempre de lavar as mãos da mesma forma fácil com que costuma sujá-las.

Silvares disse...

Mari, esta coisa é muito feia.

Eduardo, sinceramente lhe digo que hesitei em escrever este post. Afinal estou a contribuir com uma migalha para o enorme bolo de ódio que este tipo cozinhou.

Luma, tal como referi acima, também tenho dúvidas se vale a pena falar deste assunto. Para nós, europeus, a questão é muito actual; os partidos de extrema direita estão a crescer um pouco por todo o lado. Inesperadamente é nos países nórdicos que mais têm crescido ultimamente. Daí que uma explosão de violência xenófoba e anti democracia, como foi esta nos deixa com o coração ao pé da boca.

Rui, também vi a entrevista do pai (vi duas vezes e com diferentes extensões) e, além do que notas no teu comentário, ele frisou que teria sido preferível que o filho se tivesse suicidado a ter assassinado toda aquela gente...