Gostava muito de ser capaz de organizar ideias e informação suficientes que me permitissem trabalhar o mesmo texto ao longo de dias, semanas, meses, anos, quem sabe? Gostava muito de ser um escritor capaz de ir além de meia-dúzia de linhas emaranhadas em ideias confusas. Quem sabe?
Por vezes uma ideia aparece-me de repente, assim como imagino que o anjo tenha aparecido à Virgem, puf! Materializa-se uma coisa que no milésimo de segundo anterior era como se não existisse. Ainda eu não pude percebê-la, ainda o pó provocado pela materialização não assentou, e já a ideia referida se escapule por entre as penas das mesas e das cadeiras, deslocando-se rente ao chão com uma velocidade que, embora me deixe seguir a forma não me permite vislumbrar muito mais do que um vulto. O coelho da Alice? O Beep-beep? O Alien bebé do 8º passageiro?
Gostava muito de conseguir focar a minha atenção por mais de 5 minutos e 5 linhas quando tento explanar algo ou alguma coisa através da escrita. Gostava de não me comportar como uma criança numa loja de brinquedos imaginários... não gostava nada.
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