Há poucos livros de Stanislaw Lem editados em Portugal. Sendo que um deles é um dos livros da minha vida: Solaris. Já devo ter escrito alguma coisa sobre essa obra-prima (a opinião está longe de ser minha) algures por aí, no 100 Cabeças. Escrever este post foi um impulso que senti após ter terminado a leitura do 2º conto de "A máscara e outros contos", editado em Maio deste ano pela Antígona. O título desse conto é "O rato do labirinto" e foi escrito em 1956.
E senti o impulso de escrever estas frases por ter encontrado aqui uma situação narrativa que me fascinou em Solaris; as personagens vêem-se confrontadas com o surgimento inexplicável de duplos. Não vou estar para aqui a perorar sobre o alcance filosófico da coisa. Surgiu-me a ideia de que este "rato" possa ser a semente de Solaris. A ideia de que estabelecer contacto com algo que nos é absolutamente estranho possa gerar situações delirantes parece-me absolutamente lógica.
Não sei se alguém, em algum laboratório bafiento, algures nas caves de um departamento científico esquecido nas estepes russas, tenta estabelecer contacto com um grupo de amibas. Partindo do princípio que tal experiência está a acontecer, sonho.
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