Cambaleava com toda a convicção. A noite quente, a solidão mas, sobretudo, o álcool. Sentiu uma angústia tão completa que teve de a expulsar na forma de um terrível grito, um som aterrador que feriu a noite e ofendeu a lua.
Áúúúúúúú, áúúúúúúú!!!
Aquela coisa animalesca ecoou nas fachadas baixas dos prédios, percorreu as ruas todas perpendiculares umas às outras. Era um uivo a assombrar a cidade, monótona e previsível como um acampamento militar do tempo dos romanos.
Áúúúúúúú, áúúúúúúú!!!
O mar batia na praia lá mais para diante. Passou o portão do cemitério, fechado àquela hora. Sentia-se triste mas tremendamente livre.
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