domingo, dezembro 29, 2024

O que Deus quiser

     Não sei se acontece contigo, estimado leitor, mas há dias em que me sinto um pouco cansado, um tanto murcho, como planta a quem a água seja desviada da raiz. Não percebo porquê, de onde vem esta canseira, mas também não procuro compreender. Deixo andar, a coisa que se arraste.

    E vem o dia seguinte e vem o dia de amanhã e... nada. Sempre esta secura, esta falta de vontade que me impede de erguer o olhar, os olhos sempre a fitar o muro, muro cinzento e sem graça. Não sei se te acontece também a ti, não acontecendo é mais complicado explicar.

    A verdade é que também não me apetece ir mais além do que já fui, este lugar serve muito bem para te dizer adeus. Faço o esforço de erguer o braço, dedos esticados, aceno. Adeus ou até à vista; seja o que Deus quiser.

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