O pior cego é o que não quer ver, o mais ignorante o que não quer aprender. É a pescadinha com o rabo na boca, o cão que persegue a cauda a mordiscar na atmosfera, o imbecil que continua a julgar-se um grande cromo. Somos nós.
Tentamos novas soluções apoiados em velhas ideias, repetimos os erros convictamente, seremos assim até à dissolução do ser, pouco mais poderemos projectar que não esbarre na parede inevitável. Mas, no entanto, poderia não ser exactamente assim. Poderíamos errar com panache, poderíamos ter orgulho por, pelo menos, tentarmos ser criativos. Mas não. Somos tugas, erramos como sempre e temos ódio a quem nos aponte uma possibilidade diferente para o exercício da nossa atávica estupidez.
O ano acaba hoje. Amanhã seremos os mesmos de sempre. Tudo bem, cá andaremos com a cabeça entre as orelhas.
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