Influenciado pela imaginação de Borges (aliada à minha com o fito de me fazer planar algures entre o céu e o inferno) folheei brevemente a Divina Comédia (edição bilingue com tradução de Vasco Graça Moura). Senti o impacto da coisa, tal qual Borges descreve na sua conferência em Sete Noites (vi Cerebro com uma nitidez nunca antes sequer imaginada).
Um gajo, não tendo problemas de guito, pensa logo: "podia comprar isto". Mas depois de reflectir um pouco, este gajo, percebe que nunca iria ler a cena até ao fim, que seria mais um belo livro a fazer-lhe caretas lá do cimo da prateleira. Devolvi o livro ao seu lugar e pensei: "nem sequer Os Lusíadas fui ainda capaz de ler".
Que livros ler, quando os ler, como os ler, o que deixar de fazer para fazê-lo? Eis uma sequência de incómodas questões que prefiro ignorar.
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