Há de novo um certo tom catastrofista na forma como são lidas as notícias nos telejornais.Os pivots lêem os números de novos infectados, internados, acamados, entubados e falecidos e eu ouço: "Ai, Jesus!" ou "Valha-nos Deus!" ou "Vamos todos morrer!" ou "É o bicho, é o bicho, vai-te devorar...", depende do canal e do tom de voz que vai debitando a desgraça como quem serve chocolatinho quente.
Parece-me que a ideia é voltar a enfiar o pessoalzinho todo dentro de casa sem ter de decretar confinamento obrigatório. Com o friozinho que se vai instalando até nem é tão má ideia quanto isso mas, sabemos bem, ninguém gosta de ser pressionado, muito menos obrigado a agir desta forma ou daquela. Gostamos de nos sentir livres, Senhores do Destino. Afinal de contas fomos criados à imagem e semelhança de Deus, Nosso Senhor. É legítimo.
Suspeita-se que a nova variante do bicho, a Omícron, seja mais infecciosa mas menos violenta na forma como nos escangalha por dentro. Ainda faltam dados científicos que sustentem esta perspectiva. Seria interessante que o bicho estivesse a adaptar-se à coexistência com a nossa espécie, oferecendo-nos esta meia trégua mal amanhada do tipo: não vos faço sofrer tanto e vocês deixam-me em paz. Era tão bom se nos pudéssemos sentar a uma mesa com os representantes do vírus e ter uma conversa construtiva sobre o assunto!
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