quarta-feira, dezembro 26, 2018

Festas

Ano após ano Cristo nasce para mais daqui por uns meses morrer e depois ressuscitar em glória, patati, patatá, a coisa nem se discute entre os crentes. Há expectativas que se criam, sonhos que se insinuam, vidas que se organizam, tudo baseado na fé de que Cristo nasceu-morreu-ressuscitou e que tudo isto sejam factos irrefutáveis, que sejam verdade e realidade ao mesmo tempo. Haja quem acredite.

Ano após ano os comerciantes preparam os livros de contas para inscreverem neles os lucros concretizados por ocasião das várias épocas festivas. Ora se vendem todo o tipo de produtos (no Natal) ora se investe na parafernália mística mais específica dos milagres da ressurreição e etc. (durante a Páscoa), uma coisa é comum a estas festas e a tantas outras: a comida.

Cada festa tem o seu menu especial que pode variar de uma zona para outra, mesmo num país tão pequeno como Portugal. Seja perú, borrego, leitão, polvo, bacalhau, há sempre um animal adequado à comezaina que se impõe. Fica a sensação de que se festeja a capacidade de comer alarvemente, a capacidade de pôr mesas fartas e variadas. A mortandade é apocalíptica, a gula um pecado esquecido.

A festa não fica completa sem quantidades generosas de álcool.

Haja riso e alegria.

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