As coisas são o que são e têm um tempo de gestação próprio. Não adianta muito querer correr mais depressa que o futuro.
O novo governo grego, as reuniões e negociações que hão-de vir com a troika, as consequências desta aventura para o futuro da União Europeia e da Zona Euro, ai Jesus, tanta dúvida a afundar-se na densidade do nevoeiro, não se vê bem, não se percebe nada!
Estranhamente a maioria dos políticos europeus e os seus donos, os habitualmente nervosos Mercados, não têm mostrado grandes sinais da sua proverbial histeria sempre que a realidade se limita a acontecer conforme Deus quis que acontecesse. A vitória do Syriza não os tirou do sério... mmmmmh... não percebo muito bem o que está a acontecer. Que fazer?
Talvez possa matar uma galinha e espalhar as tripas da bicha em cima da mesa da cozinha tentando ler o futuro entre o sangue e os órgãos do galináceo. Deve haver muitas entradas para páginas que ensinam a ler tripa de galinha se procurar no Google como deve ser.
Talvez possa sentar-me uma tarde inteira a assistir a debates entre especialistas das mais variadas áreas do Saber e da Ignorância vertendo ciência certa e desvendando as imprecisões do futuro.
Ou talvez possa ir vivendo a minha vida e esperar que o futuro venha ter com o tempo presente como costuma fazer todos os dias. Vou estar atento, nunca se sabe quando nos cruzamos com o futuro e podemos dar-lhe uma palavrinha, meter uma cunha pelos nossos sonhos, vender-lhe um ou outro dos nossos anseios.
2 comentários:
Como sempre suas crônicas são ótimas. Quanto a este dilema sobre a Grécia não há muito mistério sobre o futuro. Os gregos optaram por dar o calote na dívida. Vão pagar caro como todo caloteiro. Na união europeia como no mundo como um todo não há mais purgatório. Ou se esta no céu ou se vai para o inferno.
Caro Eduardo, ao que parece as coisas não são assim tão simples. A política tenta regressar para ocupar o lugar que lhe tem sido negado pela economia. São tempos interessantes.
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