quinta-feira, dezembro 11, 2014

Momento fora do tempo

Ok, sou um gajo capaz de obedecer à mais rigorosa das rotinas tão depressa quanto posso deixá-la para trás em absoluto esquecimento. Fazer uma nova rotina da ausência de rotina. A verdade é que tenho uma mente errática e uma capacidade de reflexão muito difusa.

Isto seria agradável se o meu trabalho exigisse de mim que fosse um tipo criativo, um inventor, poeta, artista, coisas assim, daquelas que impressionam as senhoras sentadas em volta da mesinha tomando chá em adoráveis chaveninhas, mindinho espetado e lábios em bico de passarinho que o chá vem quente. Contar histórias de grande moral interpretadas por personagens de ética estratosférica, o sonho de qualquer mortal que tenha vivido por estas bandas lá para finais do século XVIII, a montar os primeiros anos do século XIX.

Pois, mas eu falhei essa parte, a parte de impressionar velhinhas sem ocupação às cinco de la tarde.

O problema é quando o trabalho exige de mim competências burocráticas e uma disciplina metálica. Ui, ui, nessas ocasiões faço um esforço tremendo, quero concentrar-me, fechar as ideias em gaiolas individualizadas para que não se influenciem mutuamente ou se infectem com algum vírus esquisito. Mas. qual quê!?

As pessoas são animais e há animais que são como pessoas. Obviamente.

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